sábado, 4 de outubro de 2008

O BARROCO

O BARROCO EM PORTUGAL E NO BRASIL


São fortemente influenciados pelo movimento de renovação religiosa introduzido pela Contra-Reforma. O melhor do Barroco Português são os sermões de Pe. Antônio Vieira.

No Brasil nosso principal escritor barroco, Gregório de Matos.



O BARROCO EM PORTUGAL


Pe. Antônio Vieira: a literatura como missão. Sua obra pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira. A maior parte de sua obra foi escrita no Brasil e está relacionada com as inúmeras atividades que o autor desempenhou como religioso, conselheiro ou mediador e representante de Portugal em relações economicas e políticas com outros países.

Valendo-se do púlpito _ único meio de propagação de ideias às multidões no Nordeste brasileiro no séc. XVII, pregou a índios, brancos e negros, a dominadores e dominados.

A Igreja de São Francisco, em Salvador, construída no séc. XVIII.




O BARROCO NO BRASIL


Século XVII, o Brasil presenciava o nascer de uma literatura própria. Começava a despontar os primeiros escritores nascidos na colônia, surgindo as primeiras manifestações do sentimento nativista, de valorização da terra natal.

A realidade brasileira tratava-se de um centro de comércio, de exploração da cana-de-açúcar, de violência, em que se escravizavam os negros e se perseguia o índio.

Os escritores encontravam na literatura um instrumento para criticar e combate

ou moralizar a população com os princípios da religião.

O Barroco no Brasil (1720 e 1750 ), guardo foram fundadas várias academias literária

por todo o país. A descoberta do ouro, em Minas Gerais, possibilitou o desenvolvimento de um Barroco tanto nas artes plásticas, que resultou na construção de igrejas de estilo Barroco no séc. XVIII.

Obra considerado o marco inicial do Barroco brasileiro é PROSOPOPÉIA (1601), de Bento Teixeira. Escritores barrocos brasileiros

. na poesia: GREGÓRIO DE MATOS; BENTO TEIXEIRA ; BOTELHO DE OLIVEIRA; FREI ITAPARICA.

. na prosa: PE. ANTÔNIO VIEIRA; SEBASTIÃO DE ROCHA E PITA E NUNO MARQUES PEREIRA.



CONTEXTO HISTÓRICO

Empenhou-se na descoberta de novos conhecimentos científicos e resgatou a cultura clássica.

.ECONOMIA

Revolução comercial, cuja política econômica, o mercantilismo, se baseava no metalismo, na balança do comércio favorável e no acúmulo de capitais.

A sociedade estava organizada em três classes impermeáveis: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado ( camponeses, artesões e burguesia ). A burguesia ,pelo poder econômico, participava

das decisões políticas do Estado.

.POLÍTICA

Estado absolutista, sistema político baseado na centralização absoluta do poder nas mãos do rei, que se considerava representante de Deus na terra.

.ESPIRITUAL

Marcado pelos reflexos das crises religiosas ocorridas no século anterior: A Reforma (1517)

e a Contra- Reforma (1563).]

A Reforma = representou a cisão da igreja cristã e deu origem ao protestantismo e a uma verdadeira revolução religiosa na Europa.

A Contra-Reforma = reação da igreja católica, procurando combater a expansão do protestantismo e recuperar as áreas de domínio protestante. Tratava-se de uma época de ruptura e mudança de valores religiosos ( fermentavam novas teorias, reviam-se dogmas e valores antes inquestionáveis, perseguiam aqueles que ousavam discordar ou questionar).





ARTE BARROCA


Desenvolveu-se em seu contexto de abertura econômica, de fechamento político, de luta de classes sociais e de crises religiosas. O gosto barroco pela aproximação de realidades opostas, pelo conflito e pelas contradições violentas. Politicamente o homem da época sentia-se oprimido, enquanto economicamente se via livre para enriquecer. No plano espiritual, verificavam-se contradições.


A linguagem barroca, tanto na forma quanto no conteúdo, uma rejeição constante de visão ordenada das coisas. Os temas refletem os estados de tensão da alma humana, tais como vida e morte, matéria e espírito, amor platônico e amor carnal, pecado e perdão.


A construção, acentua e amplia o sentido trágico desses temas, ao fazer uso de uma linguagem de difícil acesso, rebuscada, cheia de inversões e de figuras de linguagem.


O homem do séc. XVIII era um ser contraditório, fruto da síntese entre duas mentalidades, a medieval e a renascentista




INTERPRETAÇÃO


_ Fale com suas palavras sobre o assunto abordado, o que foi entendido, com um parágrafo de 03 a 05 linhas.


GREGÓRIO DE MATOS

Adequação e irreverência. É o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica em nosso país. Foi irreverente como pessoa, ao chocar os valores e a falsa moral da sociedade baiana, quebrava os modelos barrocos as contradições e falsidades daquela sociedade, não se curvando ao poder das autoridades políticas e religiosas.


Em pleno séc. XVII, o poeta chegou a ser um dos precursores da poesia moderna brasileira do séc. XX. " Boca do Inferno " _ um romance de Ana Miranda; compõe um amplo painel da vida política e cultural da Bahia no séc. XVII.


.POESIA LÍRICA: _ Religiosa


_ Amorosa


_ Filosófica


Adequou-se aos temas e aos procedimentos de linguagens frequentes do Barroco Europeu.


_ LÍRICA AMOROSA= marcada pelo dualismo amoroso carne / espírito. Mulher é a personificação do próprio pecado, da perdição espiritual.


_ LÍRICA FILOSÓFICA = textos que se referem ao desconcerto do mundo e às frustações humanas diante da realidade. CARPE DIEM = a consciência da transitoriedade da vida e o tempo.


_ LÍRICA RELIGIOSA = fazendo uso de temas como amor a Deus, a culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além de constantes referências bíblicas. A linguagem é culta e apresenta inversões e figuras de linguagem abundantes.



POESIA SATÍRICA


" O Boca do Inferno "= porque representa uma das veias mais ricas e ferinas de toda a literatura satírica em língua portuguesa. O poeta não´poupou palavrões em sua linguagem, nem críticas a todas as classes da sociedade baiana.


Foge plenamente dos padrões pré- estabelecidos pelo Barroco , por isso, pode-se chamá-la de poesia realista e brasileira, pela percepção crítica da exploração colonialista empreendida pelos Portugueses na colônia. Uma linguagem diversificada, cheia de termos indígenas e africanos, de palavrões, gírias e expressões locais. Sendo a língua do povo, talvez seja a primeira manifestação nativista da nossa literatura e o início de um longo despertar da consciência crítica nacional.


A CRISTO S. N. CRUCIFICADO estando o poeta na última hora de sua vida.

Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer

Amimoso, constante, firme e inteiro;

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer,

É, meu Jesus, a hora de se ver

A brandura de um Pai , manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo o pecar,

E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,

Que , por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar.

( MATOS, Gregório de, In: WISNIK, José Miguel, org.

Poemas escolhodos. São Paulo, Cultrix, 1976. p.298. )
























































































































































Nenhum comentário: